sexta-feira, 11 de novembro de 2016
CORDEL: PERCORRENDO EDC287
Trecho de minha autoria do cordel elaborado para conclusão de atividades do componente curricular Educação e Tecnologias Contemporâneas, espero que apreciem...
[...]
E PRA DISCUTIR, ACREDITE, TEM UM GRUPO MUITO BOM.
TEM O LEMOS E O LÉVY FALANDO SEM MUITO RONROM!
E TEM UMA TAL DE BONILLA QUE BOTA PRA QUEBRAR, A INCLUSÃO DE TODA GENTE A QUESTIONAR
E ATÉ A SEXUALIDADE E O PÓS-HUMANO, O COUTO VEIO TRATAR!
E UM BLOG EU CRIEI, QUANDO AQUI EU CHEGUEI
E SOBRE UM TAL DE CORDEL, EU LOGO FALEI
MAS DAÍ EU PAREI, PRA PENSAR NA EDUCAÇÃO
E NESSA TAL DE GLOBALIZAÇÃO
E QUANDO INSTIGADA EU FUI, VI O CONHECIMENTO FLUIR
E NA TECNOLOGIA APRENDI: A CULTURA DISCUTIR,
A CIBERCULTURA DESVENDAR,
A MULTICULTURA RESPEITAR.
E DE REPENTE EU ACORDEI E INSPIRADA EU FIQUEI
SOBRE TODO ASSUNTO EU INDAGUEI E ASSIM COMPARTILHEI
TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO É MUITO BOM, MEU IRMÃO
VENHA ESTUDAR COM A GENTE!!!
sábado, 29 de outubro de 2016
Inclusão Digital X Exclusão Social
Quando olhamos rapidamente para essa foto podemos sentir uma certa indignação, como pode, pessoas em condições sociais precárias, sem as necessidades básicas supridas (panela rachada, criança e mulher sem sandálias, sem contar a seca e provavelmente a fome), mas que receberam um recurso tecnológico para fazer parte da inclusão digital?
Esse é um pensamento excludente, pois se mantém um discurso que sustenta a exclusão social e também excluídas digitalmente das pessoas.
"Um excluído digital tem três grandes formas de ser excluído. Primeiro, não tem acesso à rede de computadores. Segundo, tem acesso ao sistema de comunicação, mas com uma capacidade técnica muito baixa. Terceiro, (para mim é a mais importante forma de ser excluído e da que menos se fala) é estar conectado à rede e não saber qual o acesso usar, qual a informação buscar, como combinar uma informação com outra e como a utilizar para a vida. Esta é a mais grave porque amplia, aprofunda a exclusão mais séria de toda a História; é a exclusão da educação e da cultura porque o mundo digital se incrementa extraordinariamente" (CASTELLS, 2005 apud BONILLA)
Outro ponto a ser observado, então, é como as políticas públicas de inclusão social são compensatórias e que muitas vezes são usadas de forma superficial, quantitativa, sem observar a realidade de quem deveriam ajudar. O principal aqui seriam os números para serem mostrados diante o Livro Verde, afinal "todos" deveriam se integrar aos novos aparatos tecnológicos, mas será que tais políticas públicas realmente querem que eles tenham senso crítico para utilizar tais ferramentas, será que eles vão ao menos conseguir usar o mínimo deste recurso?
Por fim, cabe ressaltar que para diminuir a exclusão digital tem que ter estrutura para receber o equipamento, pessoas para instruir e mediar a utilização dessa recurso. Afinal, que suposto investimento é esse, que sem pessoas qualificadas para usar e ensinar ao usar, o aparelho ficará entulhado, esquecido e obsoleto para utilização dentro de sua finalidade de auxílio para a cidadania!
"A comunicação é um direito humano básico e, na sociedade contemporânea, ela se efetiva através das tecnologias de informação e comunicação. Logo, o direito ao acesso às TIC e a liberdade de expressão e interação em rede passam, efetivamente, a compor o contexto da constituição da cidadania contemporânea"(BONILLA)
Referência:
BONILLA, Maria Helena Silveira; OLIVEIRA, Paulo Cezar Souza de. Inclusão Digital: Ambiguidades em Curso.
A História das Coisas
Que tal pensar um pouco sobre o meio ambiente e o sistema capitalista?
Assista ao vídeo A História das Coisas, que avalia como o nosso modo de vida é limitado e o mundo tem recursos finitos, o que acaba por sendo esquecido nesse sistema integrado, diante da ganância das grandes corporações.
Que tal pensar um pouco mais sobre o capitalismo e o consumismo numa perspectiva educacional? Assista o próximo vídeo!
Mídia-Educação
Você gostou do tema Mídia-Educação? Segue mais vídeo e indicações de leitura, aproveite!
Para analise e discussão sobre o tema, deixo um trecho do texto de Fantin:
"- Contexto metodológico ou tecnológico: a ME é pensada no sentido de fazer educação com as mídias, e se configura a partir de uma visão instrumentalista das mídias no âmbito da metodologia didática. A ME nesta perspectiva é considerada um recurso para a educação reinventar a didática ensinando com outros meios, visando superar o esquema tradicional e substituir o suporte do livro texto através do uso do cinema, de programas televisivos, etc. [...]
-Contexto crítico: a ME atua no sentido de fazer educação sobre as mídias ou educação para as mídias, envolvendo diversas instâncias educativas. Fazer ME nesta perspectiva significa a capacidade de transmitir mensagens a um público influenciando-o no seu modo de agir e pensar. [...] Tal perspectiva insere-se numa pedagogia moral e numa concepção “inoculatória”, que através da leitura crítica ideológica das ciências sociais, pretende defender os usuários, cultivar o gosto e conscientizar os sujeitos.
-Contexto profissional ou produtivo: a ME é entendida no sentido de fazer educação através dos meios ou dentro das mídias envolvendo também a área de formação profissional. Fazer ME nesta perspectiva significa utilizar as mídias como linguagem, como forma de expressão e produção, pois assim como não se aprende a ler sem aprender a escrever, não se faz ME só com leitura crítica e uso instrumental das mídias, sendo necessário aprender a “escrever” com as linguagens das mídias".
Observe que muitas vezes só encontramos nas escolas o contexto metodológico na utilização da mídia, usando-a apenas como recurso pedagógico. Devemos nos atentar para o contexto crítico, que deve ser sempre trabalhado pelos professores para o desenvolvimento da leitura crítica dos diversos meios de comunicação pelos alunos. E por fim, ressalta-se o contexto produtivo, ensinando através das mídias e deixando clara a importância das tecnologias para a cidadania.
Referências:
FANTIN, Mônica. Novo olhar sobre a Mídia-Educação.
BÉVORT; Evelyne; Maria Luiza, BELLONI. Mídia-Educação: Conceitos, História e Perspectivas. - Super Indico esse Texto!!!
Mídia: Recurso Pedagógico e Educação para Mídias
Você já pensou na utilização das mídias na escolas? Veja os vídeos e entenda as propostas de como usar a mídia que perpassam a simples aplicação como recurso pedagógico, levando o indivíduo a um pensamento crítico e principalmente a tornar a mídia como objeto de estudo, trabalhando com, preparando o indivíduo para a cidadania.
Programa Salto para o Futuro - TV Escola sobre Midiaeducação e Currículo Escolar
Trecho do Seminário Internacional Infância e Comunicação: Direitos, Democracia e Desenvolvimento
Aproveite!!!
O que é Cybercultura?
Olá, Galera.
Hoje vou discorrer sobre a Cybercultura! Mas antes cabe reforçar que o cyberespaço, conforme Lévy, marca o movimento social atual, através do desejo de comunicação recíproca e da inteligência coletiva, não sendo apenas uma estrutura técnica mas uma ligação física entre as pessoas.
Hoje vou discorrer sobre a Cybercultura! Mas antes cabe reforçar que o cyberespaço, conforme Lévy, marca o movimento social atual, através do desejo de comunicação recíproca e da inteligência coletiva, não sendo apenas uma estrutura técnica mas uma ligação física entre as pessoas.
O que é Cybercultura?
Para Lemos a cibercultura pode ser compreendida "como a forma sociocultural que emerge da relação simbiótica entre a sociedade, a cultura e as novas tecnologias de base micro-eletrônica que surgiram com a convergência das telecomunicações com a informática na década de 70". A cultura contemporânea está marcada pelas mais diversas tecnologias digitais e já nos acostumamos a utilizar o prefixo ciber para determinar essa nova era histórica.domingo, 4 de setembro de 2016
Dica de Documentário - Encontro com Milton Santos: O Mundo Global visto do Lado de Cá
Sugestão de Documentário sobre a globalização, numa perspectiva de desenvolvimento histórico.
Encontro com Milton Santos:
O Mundo Global visto do Lado de Cá
De: Sílvio Tendle
Tempo: 89 minutos
Ano: 2001
sexta-feira, 5 de agosto de 2016
Multiculturalismo
Aqui no blog já vimos um resumo do livro de Laraia sobre Cultura e a última postagem foi sobre globalização, hoje proponho pensarmos no multiculturalismo. O multiculturalismo pode ser entendido como a pluralidade de culturas convivendo harmonicamente, sendo respeitadas as diferenças e individualidades dentro da sociedade. Em meio a aproximação de culturas permitida pela globalização e intercomunicações virtuais, o respeito e limite do multiculturalismo tem sido discutido. Principalmente no que se refere ao direito de proteção as minorias, aceitando as diferenças culturais, uma vez que o diverso não precisa ser visto como contrário.
O multicultural é compreendido principalmente na perspectiva das diferenças culturais, do convívio entre a pluralidade de culturais e no respeito e individualidade de cada cultura e seu povo. Observe que temos nesse contexto de multiculturalismo a aproximação de traços culturais das mais diversas sociedades, não que seja um conceito novo, já que sabemos que muitas invenções foram apropriados de determinado povo para o mundo, desde a época do papel, ou do nosso sistema numérico ou alfabeto. O que nota-se com as novas tecnologias e a era industrial é a homogenização de aspectos sociais, padrões estabelecidos por grandes empresas que trazem traços de sua população de origem e acaba por naturalizar costumes que não eram de outras sociedades.
Por outro lado, é uma tendência querer se modernizar e "pegar" o que é bom de outras culturas, o que vem de fora não será visto como ruim. Embora esse sistema de globalização acabe trazendo esse conforto através muitas vezes de mão de obra barata de países pobre. Me surge algumas inquietações que partilho como reflexão:
A relatividade cultural se opões a liberdade individual? Usar produtos culturais diversos é errado ou deve-se seguir apenas o que sua cultura oferece? Preservar e manter a cultura ou aceitar seu processo interno de transformação e evolução?
A cultura não é estática, sabemos disso, ela passa por transformações e se modifica com o tempo, mas as novas gerações as vezes não estão acostumadas com a cultura local, se dispersando sua atenção em diversas características de outros povos. Assim, fica a questão de pensar na proteção de sua cultura natal e como lhe dar modelos novos que invadem as casa seja por grandes marcas ou por redes sociais. É preciso tomar cuidado para não supervalorizar determinadas práticas culturais em detrimentos de outras, assumindo posturas inclusive etnocêntricas, de superioridade com o que difere.
Veja um pouco mais sobre o tema no vídeo abaixo:
Veja um pouco mais sobre o tema no vídeo abaixo:
Até a próxima!
sábado, 30 de julho de 2016
Globalização
Olá, gostaria de tocar em mais um ponto, mas antes, pensando ainda no aspecto econômico e financeiro da globalização, quero observar as transnacionais, grandes empresas que instalam filiais pelo mundo e muitas vezes criam seus próprios bancos, estas são fundamentais na propagação da globalização. As transnacionais geram empregos e integração cultural, ditam o padrão da marca local para o mundo; ressalta-se que as grandes marcas que geram concorrência para produtos locais podem sofrer barreiras comerciais, que podem ser feitas por um Estado ou por grupos de Estados, criando blocos econômicos (UE, Mercosul) os países buscam proteção para competir no cenário internacional, desenvolvendo uma resistência local.
Enfim, a globalização também nos permite maior contato entre culturas e, também, partilhar de muitas informações e conhecimentos. Como vimos as mudanças causadas pela globalização não é só econômica, mais sociais, culturais e políticas. Essa interdependência dos povos que liga o mundo contemporâneo aproxima as pessoas, essas questões sociais de movimentação e integração de pessoas e nações, torna a noção atual de espaço tempo menor.
Estamos mais integrados e aproximados, sofremos a influência de países que disseminam suas marcas mundiais, inevitavelmente com os hábitos de suas próprias culturas, porém as informações e tecnologias se espalham em diversos lugares do mundo, o que permite movimentos sociais nunca vistos antes, inclusive contra sistemas ditatoriais e autoritários (por exemplo a Primavera Árabe). Portanto, não podemos considerar de forma absoluta como totalmente ruim ou boa a globalização, precisamos entender que ela pode servir para alguns como instrumento de aumento das desigualdades e para outros pode auxiliar na busca de direitos e melhorias. E enfim, poderia passar muito tempo descrevendo mais sobre pontos negativos, que com certeza são o que mais visualizamos (consumismo, homogenização, exploração...), mas sugiro diferente, que usemos da criticidade para analisar os diversos aspectos da globalização, observando também outros pontos positivos, como exemplo o acesso a informação.
Até a próxima!
Dica:
Educador que tal desenvolver uma aula dinâmica sobre o tema?
Segue a sugestão do plano de aula do professor Danilo Pacheco Cazelli Junior no Portal do Professor.
Globalização - Alguns Pros e Contras
Olá, galera que vem acompanhando este blog! Fiz uma postagem sobre e cultura e vou realizar uma sobre Multiculturalismo, mas antes vou escrever um pouco sobre globalização no post de hoje. A globalização é um processo de interligação de povos ocorrido após Revolução Industrial. A principal característica do processo de globalização é a internacionalização. A internacionalização é a integração em escala mundial de determinado aspecto, como o aspecto financeiro (por exemplo: bolsa de valor), aspecto social (rede sociais), ainda vemos o aspecto cultural e econômico. A principal característica do processo de internacionalização é a hegemonia do capital financeiro, a qual dita as regras da economia mundial, percebe-se muito esta característica em momentos de crises financeiras, que afetam o mercado internacional como um todo.
A globalização por ser um fenômeno capitalista pode gerar pontos positivos e negativos. Como negativos, podemos observar: aumento de doenças relacionados ao novo estilo de vida, como o fast-food gerando a obesidade, inclusive infantil; a uniformização de comportamentos e estilo de vida, ao passo que nos tornamos mais consumidores, também nos padronizamos; a desvalorização da cultura nacional; aumento de dívidas externas dos países em desenvolvimento; o modelo econômico é de dependência entre os países; crescente exploração de pessoas de países mais pobres, através da mão de obra barata; a degradação ao meio ambiente; e vale ressaltar o aumento de crimes virtuais.
Não é só problemas que a globalização pode causar, com ela obtivemos diversos pontos positivos, como: o desenvolvimento da comunicação, tecnologia, transporte e ciência; melhor qualidade de vida, partilha de achados científicos; abertura de mercados; maior tráfego de produtos e serviços; facilidade nas trocas comerciais; produtos baratos e com melhor qualidade; a comunicação pode melhora a relação entre os países; grandes empresas estrangeiros investem em diversas regiões pelo mundo, o que gera empregos e desenvolvimento para o local ao qual se instala.
Veja um pouco mais sobre essa assunto na próxima postagem!
quarta-feira, 27 de julho de 2016
Dica: III Seminário do ForTEC
O Grupo de Pesquisa Formação, Tecnologias, Educação a Distância e Currículo (ForTEC) tem o objetivo de ampliar os estudos, pesquisas e práticas sociais no contexto universitário e no âmbito da educação básica acerca dos processos formativos mediados pelas tecnologias, das especificidades e ampliações propostas pela educação a distância para a formação, assim como as implicações dos processos de construção, gestão e difusão do conhecimento na sociedade da informação e nas práticas curriculares. O ForTEC está na terceira edição de seminário anual para troca de experiências e difusão das pesquisas realizadas.
Alguns Temas Abordados:
- Games e Currículo: interfaces possíveis
- Currículo e as Tecnologias: Desafios e perspectivas para práticas inovadoras na educação
- Educação a Distância e as Tecnologias nos currículos de formação inicial
- Práticas Curriculares e a Formação do Professor: experiências e propostas
Onde?
Auditório Jurandir Oliveira
Departamento de Educação - Campus I
Universidade do Estado da Bahia (UNEB)
Salvador / Bahia
Departamento de Educação - Campus I
Universidade do Estado da Bahia (UNEB)
Salvador / Bahia
Quando?
Dias 9 e 10 de novembro de 2016.
Quanto?
Pesquisadores, Docentes e Púlbico em Geral - R$ 30,00 (trinta reais)
Estudantes - R$ 20,00 (vinte reais)
Inscrição e mais Informações:
Espero que tenha gostado da dica.
Até a Próxima!!!
sábado, 23 de julho de 2016
Cultura: Um conceito Antropológico
Um assunto importante para discutir a educação e outros temas contemporâneos é a cultura. Uma vez que somos, ao mesmo tempo, produto e produtor da cultura a qual estamos inseridos, e essa cultura (e qualquer que seja) tem caráter dinâmico e contínuo no tempo e espaço, resolvi fazer essa postagem especial baseada no Livro de Laraia, intitulado "Cultura. Um conceito Antropológico". Lembrando que a cultura pode ser compreendida como um processo acumulativo, que determina a forma de comportar-se através da aprendizagem de costumes e normas partilhadas de geração em geração, preocupando-se em manter certa uniformidade, coerente entre o grupo, respeitando suas limitações biológicas, sabendo que não são fatores determinantes, tal como o fator geográfico.
O livro está disposto em duas partes, a primeira “Da Natureza da Cultura ou Da Natureza à Cultura” desdobra-se em seis capítulos para discutir a origem da cultura, seus conceitos e teorias. Nesse momento, o autor explica a falta de fundamento do determinismo biológico, pois nem a genética nem traços psicológicos vão determinar, e sim influenciar, os comportamentos dos indivíduos; e do determinismo geográfico, uma vez que a localização ou clima não vão determinar o modo como dada cultura vai se comportar, corroborando com isso percebe-se a existência de diversas culturas num mesmo ambiente físico. Laraia faz uma contextualização histórica sobre a origem do conceito de cultura, desde o primeiro conceito antropológico criado por Tylor, que defendia o caráter de aprendizagem cultural e não uma determinação nata do sujeito.
O livro está disposto em duas partes, a primeira “Da Natureza da Cultura ou Da Natureza à Cultura” desdobra-se em seis capítulos para discutir a origem da cultura, seus conceitos e teorias. Nesse momento, o autor explica a falta de fundamento do determinismo biológico, pois nem a genética nem traços psicológicos vão determinar, e sim influenciar, os comportamentos dos indivíduos; e do determinismo geográfico, uma vez que a localização ou clima não vão determinar o modo como dada cultura vai se comportar, corroborando com isso percebe-se a existência de diversas culturas num mesmo ambiente físico. Laraia faz uma contextualização histórica sobre a origem do conceito de cultura, desde o primeiro conceito antropológico criado por Tylor, que defendia o caráter de aprendizagem cultural e não uma determinação nata do sujeito.
No desenvolvimento do conceito depara-se com a percepção evolucionista linear, um conceito de caráter etnocêntrico que acreditava na hierarquização da evolução de culturas, em que cada cultura passa por etapas até tornar-se avançada. Segue para um discurso de relativismo cultural, permanecendo a ideia errônea de evolução multilinear, na qual se acreditava num avanço paralelo, mantendo então comparações discriminatórias entre as culturas. Em contraponto, nessa visão desenvolve a ideia do particularismo histórico, aceitando que os eventos históricos influenciarão a cultura e farão com que a mesma siga por caminhos distintos. Finaliza aceitando que origem da cultura deu-se de forma lenta e contínua, desenvolvendo-se simultaneamente com a evolução da humanidade. O autor expõe teorias modernas sobre cultura com o intuito de sintetizar e reconstruir seu conceito, demonstrando o sistema adaptativo da cultura e as teorias idealistas de cultura. Destaca a abordagem idealista de cultura com sistemas simbólicos, admitindo que todas as pessoas estivessem geneticamente propícias a se adaptar a qualquer cultura, portanto que desde recém-nascida seja socializada pela cultura existente.
sexta-feira, 22 de julho de 2016
Quando o Ensino encontra a Tecnologia - Parte 3
Para encerrar vou expor uma visão mais institucional, sobre a análise da educação encontrando-se com a tecnologia, pensando nas vantagens e desvantagens de empresas especializadas na venda de aportes tecnológicos às escolas. Vi a matéria intitulada Educação voltada à tecnologia transforma escolas em negócios de alto rendimento que trata de uma divulgação comercial feita pela empresa DINO através da Exame e me chamou a atenção:
"Existem hoje empresas que auxiliam as escolas nessa transição, é o caso da NovaEduca, consultoria paulista educacional que desenvolveu soluções para gestores que querem implementar em suas escolas novos formatos educacionais, inovação tecnológica e uma visão de negócio diferenciada".Esse contexto de aceitar a escola como uma organização comercial como qualquer outra, me assusta! Pois nessa perspectiva se aceita a prática social educativa não como um direito (frise-se que na verdade é um direito constitucional), mas como um bem, um produto a ser vendido; e com a era digital, empresas tem visualizado esse mercado como tão rentável que vendem modelos novos e avançados de infraestrutura tecnológica para modernizar escolas. Será mais uma forma de aumentar a distinção entre as classes sociais? O governo que permite esse mercado de instituições privadas, se preocupará em modernizar também o sistema público? Daí me pergunto ainda, nesse modelo de escola-empresa quais alunos serão (ou poderão) se beneficiar realmente? Assim, compartilho algumas reflexões sobre outro ponto de vista do tema, deixo algumas inquietações e me despeço de vocês.
Não esqueça de deixar seu comentário,
Até a próxima!
Quando o Ensino encontra a Tecnologia - Parte 2
Selecionei o vídeo de Anna Penido, diretora do Instituto Inspirare, que sintetiza o impacto da Tecnologia na Educação.
Enfim, observa-se a necessidade para uma melhor adaptação ao mundo tecnológico, não só de equipamentos móveis, banda larga e formação de professores, mas também de transpor os obstáculos para manter a qualidade da educação, trazer as aulas para o universo dos jovens e garantir que eles sintam-se seguros para além das pesquisas de sala de aula e possam agregar saberes constantes através dos recursos.
Mas ainda não acabou, veja a última parte dessa discussão a seguir.
Até lá!
Até lá!
Quando o Ensino encontra a Tecnologia
Essa postagem é importante, pois caracteriza o motivo principal da criação deste blog, a inspiração vinda de um componente curricular de e para discutir a educação e a tecnologia. Serão três partes para discussão desse tema. Vale ressaltar que os jovens de hoje estão inseridos em um mundo novo, que para gerações mais antigas pode parecer intimidador, o mundo virtual.
Nós, professores, temos que começar a aceitar o fato que a era tecnológica está aí, não estamos mais ensinando os alunos como ligar e desligar o computador ou usar a o “Print Art” como outrora, isso eles já aprendem desde muito cedo (e verdade seja dita, sabem mexer em recursos que nem sabíamos que existia). Precisamos tornar os recursos tecnológicos aliados e não vê-los como violões em sala de aula, afinal enquanto alunos, nós mesmos não usávamos papel para mensagens e bilhetinhos? E então por que acreditar que o celular é o problema? Não é a ferramenta o problema e sim o modo que a usamos! O desafio agora é fazer das tecnologias recursos auxiliadores para uma rede colaborativa de aprendizagem!
A educação precisa ser aparato para a formação do ser, deve estar disponível a todos e preparar o indivíduo para realidade social. Reconhecer e utilizar-se de ferramentas que podem auxiliar no desenvolvimento da aprendizagem e na acessibilidade do saber é fundamental. Os recursos digitais com uso criativo podem servir de estratégias pedagógicas dando apoio ao educador, dinamizando as aulas e tornando mais interativas através de games, por exemplo. A utilização das tecnologias também permite que as aulas, ou vídeos-aulas, cheguem a lugares geograficamente dispersos ou vulneráveis, aumentando assim o acesso à educação. E ao permitir um ensino pautado no on-line e no off-line, oportunizamos o tempo para estudo do aluno, há a personalização dos estudos respeitando os perfis distintos, além da individualização do ritmo para aprendizagem de cada aluno. Lembrando ainda que não se deve usar apenas recursos prontos ou que os estudantes já conhecem é interessante motivá-los a dominar essa nova linguagem de códigos e aprender e ensinar juntos (professor e aluno).
Veja a segunda parte dessa postagem,
Até lá!
quarta-feira, 20 de julho de 2016
O que é Educação?
Olá! Hoje resolvi fazer uma postagem especial sobre o livro "O que é Educação" de Carlos Brandão, um resumo do livreto desse antropólogo que explica a educação ou as educações das mais diversas formas, compreendendo o contexto social do ato de aprender-ensinar.
No início do livro, Brandão destaca a sociedade indígena para esclarecer que não existe um modelo único e adequado de educação, existem educações para cada realidade e cada sociedade exige a formação de seus indivíduos, conforme o papel social que o mesmo irá exercer dentro dela. O autor retrata os diferentes modos de ensino-aprendizagem, exemplificando o não formal e centralizado dentro das aldeias, que às vezes passa despercebido, por não ser institucionalizado, e conduz para a compreensão do espaço educacional, da escola com ensino especializado e formal.
Em outro momento, o livro traz a história da educação na Grécia, que ao longo do tempo, desprende-se da prática coletiva, de modelo militar para nobre, partindo para a democratização do saber onde qualquer menino livre podia utilizar-se da escola aberta, embora na prática, os pobres aprendessem fora das escolas seus futuros ofícios. E assim, o aprendizado partiu da educação familiar à dada pelo Mestre-escola (lecionava letras e contas) e pelos escravos pedagogos, que cuidavam da educação das crenças e preceitos da sociedade, acompanhando sempre o jovem. Também são apresentadas as Escolas superiores dos filósofos sofistas que democratizam um ensino superior e remunerado. Enfim, a educação clássica grega voltava-se para que a cultura da cidade fosse incorporada ao cidadão, e cabia a escola essa ação do meio sociocultural sobre o sujeito. Na sequência o autor apresenta a educação em Roma, por muito tempo os romanos praticavam uma educação familiar, para orientação moral dos jovens e aos poucos se deparam com os mestres-pedagogos e o ensino voltado para instruir, montado no mercado para vender o saber (ler e contar) como mercadoria (lojas de ensino), só depois do cristianismo surge a escola pública. Assim brota um modelo, onde a educação da criança menor ficava com os pais, depois de seus sete anos passava a ser feita na loja de ensino, quando chegava aos doze anos passava para a escola de “gramática”, e com dezesseis à escola de “leitor”.
Após o aparato histórico, somos convidados a perceber o conceito de educação de diversos pontos de vista, desde a definição no dicionário, ao descrito em legislação até chegar à concepção dos seus praticantes; além de criticar a maneira de pensar a educação de forma não concreta, subjetiva ou que não condiz com a realidade social. O autor defende o pensamento de Durkheim de educação como prática social, não existindo uma educação universal, um modelo de educação único e perfeito, que serve a qualquer pessoa, afinal a sociedade cria e impõe o modelo que necessita. E em dado momento do texto, o autor chama a atenção para a ideia da educação para a mudança social, transformadora da sociedade, ao mesmo tempo em que alerta que pensar nela como única mudança necessária é utopismo pedagógico. Discorre sobre a difícil tarefa de julgar para que e quem a educação serve, uma vez que o discurso legal subjuga-se na inconsistência de se querer uma educação igualitária numa sociedade classista, onde quem governa defende interesses econômicos e políticos da classe dominante.
Brandão expõem que na tentativa de democratização do ensino brasileiro foram criadas escolas públicas onde todos teriam direito a educação, porém, acabou por ser aporte do novo modelo industrial que aqui se instalava, mantendo a divisão de classes nas salas de aulas. O autor termina afirmando que embora exista uma educação escolar dominante, determinada e fora do controle de quem a pratica, também existe educação superior aos sistemas, que desafia o controle formal sobre a educação. A educação fora das classes demonstra a resistência do oprimido sobrepujando seus ensinamos comuns na comunidade em que vivem, criando e recriando sua educação, mantendo seu próprio saber livre, não institucionalizado, aceitando assim as diversas formas de educar.
Gostou? Então vai ler o livro que é ainda melhor!
Em pesquisa rápida encontrei o livro neste link: http://disciplinas.stoa.usp.br/pluginfile.php/1081409/mod_folder/content/0/O%20que%20%C3%A9%20educa%C3%A7%C3%A3o.pdf?forcedownload=1
Até a próxima!
Referência:
BRANDÃO. Carlos. O que é Educação? São Paulo: Brasiliense, 2013.
sexta-feira, 15 de julho de 2016
Um pouco sobre o Cordel...
Inauguro esse blog falando sobre a literatura de cordel, uma espécie de poesia popular, surgida da oralidade e que mantém uma linguagem simples e bem rimada que ilustra os mais diversos ocorridos no cotidiano. Impresso em livretos com muitas gravuras que variam de 8, 16 até 32 páginas e normalmente é confeccionado, divulgado e vendido pelo próprio autor.
O cordel origina-se na Idade Média e chega ao Brasil com os portugueses, estes já expunham as poesias em cordões (daí o nome) para serem vistas por todos em mercados populares ou nas ruas. No Brasil, até o século XVIII o cordel ainda ficava na oralidade do povo nordestino, só a partir de meados do século XIX começou a confecção do cordel impresso dando maior visibilidade a essa modalidade e os autores dessa literatura ficaram conhecidos como poetas de bancada ou de gabinete,
Os nossos cordelistas brasileiros destacam-se pela rica e extensa produção e por tratar dos mais diversos temas em seus versos. Como futura pedagoga escolhi o cordel "Nos Caminhos da Educação" de Moreira de Acopiara para apreciação:
[...]
É que os cordéis sempre são
Histórias bem trabalhadas,
Possuem linguagem fácil,
Estrofes sempre rimadas,
Versos sempre bem medidos,
Palavras cadenciadas.
E eu que nasci no sertão
E no sertão fui criado,
Estou à vontade, pois
De casa para o roçado
Foi através do cordel
Que fui alfabetizado.
E quando fui para a escola
Já tinha boa noção.
Hoje, após ler muitos livros
Já cheguei à conclusão
De que é muito relativo
O assunto EDUCAÇÃO.
[...]
Como disse Paulo Freire,
Um homem muito sabido:
Educação e cultura
Dão à vida mais sentido!
E educar é libertar
De uma vez o oprimido.
O oprimido só sofre
Porque não tem condição
De se defender dos laços
Perversos da opressão.
E o opressor só oprime
Por não ter educação.
Um analfabeto é,
A meu ver, um sofredor
Que é facilmente oprimido.
Mas já disse o professor:
“A educação liberta
Oprimido e opressor”.
Eu estou muito à vontade
Para entoar tal refrão
Porque também já senti
Os efeitos da opressão
Num momento em que eu não tinha
Acesso à educação.
[...]
Nos Caminhos da Educação
[...]
É que os cordéis sempre são
Histórias bem trabalhadas,
Possuem linguagem fácil,
Estrofes sempre rimadas,
Versos sempre bem medidos,
Palavras cadenciadas.
E eu que nasci no sertão
E no sertão fui criado,
Estou à vontade, pois
De casa para o roçado
Foi através do cordel
Que fui alfabetizado.
E quando fui para a escola
Já tinha boa noção.
Hoje, após ler muitos livros
Já cheguei à conclusão
De que é muito relativo
O assunto EDUCAÇÃO.
[...]
Como disse Paulo Freire,
Um homem muito sabido:
Educação e cultura
Dão à vida mais sentido!
E educar é libertar
De uma vez o oprimido.
O oprimido só sofre
Porque não tem condição
De se defender dos laços
Perversos da opressão.
E o opressor só oprime
Por não ter educação.
Um analfabeto é,
A meu ver, um sofredor
Que é facilmente oprimido.
Mas já disse o professor:
“A educação liberta
Oprimido e opressor”.
Eu estou muito à vontade
Para entoar tal refrão
Porque também já senti
Os efeitos da opressão
Num momento em que eu não tinha
Acesso à educação.
(Clique aqui, Encontre este Cordel Completo e Outros)
Encerro por aqui,
Até a próxima!
Dicas:
1. Quer conhecer mais sobre cordéis?
Visite o site: Academia Brasileira de Literatura de Cordel.
2. Você é educador (a)? Segue uma dica de plano de aula do Portal do Professor sobre o tema
Autora: Maria Carolina da Silva
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